Sunday, August 26, 2007

Eu financio, nós financiamos...

Algo sempre presente na vida política foi conseguir fazer chegar a opinião de cada um aos demais, conseguir passar a sua mensagem e mostrar porque razão se deve eleger uma e não outra pessoa.
Estes são aspectos que exigem às pessoas interessadas despenderem tempo e dinheiro não só no aprimorar de ideias mas também na sua própria imagem.
O dinheiro, infelizmente, é algo que não nasce das árvores e como tal obtê-lo implica ou gastar do seu ou gastar dos outros.
Pode-se imaginar que não se poderia chamar democracia a um sistema político onde nem todas as pessoas tivessem oportunidade de serem eleitas, essa foi uma das razões pelas quais se começou a pagar às pessoas eleitas (para poderem continuar a comer sem prescindir dos afazeres públicos, evitando assim que apenas os mais abastados pudessem exercer funções).
Actualmente em muitos países em que a democracia vigora, verificamos que é possível a cidadãos privados ou mesmo empresas doarem dinheiro a partidos políticos, algo que até faz sentido. Se eu acredito no projecto de um partido então vou querer ajudá-lo de uma ou mais maneiras que eu tenho ao meu alcance: voto, tempo e dinheiro.
Porém algo pode vir a distorcer a questão, e se eu resolver apoiar um partido porque sou parte interessada no projecto que ele pretende empreender? Será que quem for ajudado financeiramente se irá lembrar de quem o ajudou quando for a altura de desenvolver o projecto, ou irá escolher a melhor opção para o país?
O financiamento de privados é algo bastante difícil de quantificar, estes podem vir em pequenos ou grandes donativos ou mesmo através da prática de serviços mais baratos...
É ainda difícil de justificar como é que em algumas campanhas políticas se parece gastar tanto dinheiro para cargos que muitas vezes não são tão bem remunerados.
Para minimizar os potenciais danos que este tipo de financiamento traz, poder-se-ia recorrer exclusivamente a dinheiros públicos, afinal de contas é do interesse da população que seja o próprio sistema a auto-financiar-se.
A utilização dos dinheiros públicos fará com que o cidadão comum fique mais atento à sua utilização, porque afinal é o seu dinheiro que está a ser utilizado. O uso de dinheiros públicos é portanto um forte incentivo para que a classe política seja mais disciplinada e eficiente na sua utilização (além de ser bem mais limitado).
Apesar das complicações que um sistema de financiamento público tem, e ainda são muitos, creio que este contribuirá para o aumento da transparência da classe política e minimizará a existência de financiamentos duvidosos.

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