Saturday, August 11, 2007

A saúde pela hora da morte?

Com o actual estado do serviço público da Saúde em Portugal era de esperar que o ministro viesse anunciar a contratação de mais médicos (a julgar pela tradição da política portuguesa parece que é solução comum, quando algo se encontra errado, atirar dinheiro para os problemas) e não a dispensa, peço desculpa, a não renovação de contratos com alguns enfermeiros ou médicos.
Apesar de achar inovador e apoiar este conceito de não atirar dinheiro para os problemas para estes se resolverem, gostaria de saber como é que se pensa reduzir as listas de filas de espera a que a população se encontra sujeita sempre que vai marcar uma operação ou uma consulta no longo prazo.
Quando algo se encontra com um excesso de procura, ou se aumenta a oferta (número de médicos) ou aumenta-se a eficiência do sistema (recurso a privados ou acabar com a causa da ineficiência) ou ainda os preços (decisão pouco inteligente).
Curiosamente não se está a aumentar a oferta, mas antes a recorrer progressivamente ao serviço privado de saúde. Apesar de ser uma excelente maneira de contornar o problema, recorrer a alguém para fazer o que nós pretendemos fazer, pode-se verificar que dentro de algum tempo se venha pagar caro por essa opção.
Penso que em vez de se adoptar por esse facilitismo seria melhor o Estado resolver os seus problemas e causas de inefciência, melhorando-se a si próprio e aos seus serviços. Esta via garantiria que no futuro não estivesse dependente de terceiros para prestar aos seus contribuintes os serviços a que se propõe.
Creio que esta transferência de competências, embora inteligente a curto prazo, deverá ser substituida, a longo prazo, por uma maior eficiência do funcionamento dos serviços prestados.
Espero que esta retirada estratégica não se venha a revelar como um acto de rendição, caso contrário o problema é grave...

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