Pedir factura?
Logo na minha primeira aula da faculdade foram-me enunciados 10 princípios básicos da economia e, entre esses, houve um que eu sempre achei bastante interessante: as pessoas reagem a incentivos.
No seu livro Freakonomics, Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner, enunciam os 3 incentivos a que as pessoas respondem: monetários, sociais (não querem ser vistos a fazer algo errado) e morais (não ir contra a sua consciência).
Tem-se observado uma campanha do Governo para alertar os cidadãos a pedirem factura, para todo e qualquer serviço que lhes seja prestado. Os objectivos da campanha são a redução da economia paralela e aumentar a base de colecta de impostos.
O Governo usa esta campanha com dois objectivos, o moral (fazer o que está certo) e o monetário (argumentando que se todos pedirem factura os impostos não serão tão altos, a bem deste post não vou comentar este ponto).
Penso que existem três tipos de serviços:
1. Aqueles em que o incentivo monetário entra em conflito com o moral (alguns médicos, mecânicos, etc...), porque quem presta o serviço coloca as seguintes opções ao consumidor:
- Não quer factura – paga X;
- Quer factura – paga X + Y.
2. Outros em que é indiferente pedir ou não pedir factura (alguns restaurantes, cafés, etc...) porque as quantias são pequenas e não nos é dito que temos de pagar mais para ter factura;
3. Outros ainda existem em que o próprio Governo coloca incentivos mais visíveis, como é o caso das despesas dedutíveis no IRS.
Resta apenas saber se o incentivos moral e monetário para que o Governo alerta será suficiente para ultrapassar a indiferença ou para contrapor outros incentivos contrários.
A minha opinião é que esta campanha irá aumentar marginalmente o número de facturas emitidas, porém seria mais eficiente se os incentivos funcionassem todos no sentido de pedir factura.
Labels: Economia
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