Sunday, March 25, 2007

Abram alas para a aniversariante

Há precisamente 50 anos nasceu uma entidade que, a pouco e pouco, mudou a vida do Mundo, a União Europeia.

Há 50 anos muito da União Europeia era diferente, a começar pelo nome (Comunidade Económica Europeia) e a acabar número de membros, na altura 6, agora 27.

Se bem que no geral avalio a performance da aniversariante de uma forma positiva, houve momentos em que as coisas não correram tão bem, como por exemplo:

  • O constante desentendimento entre alguns países que efectivamente detêm poder de decisão na União Europeia;
  • As dificuldades até se chegar à moeda única;
  • O problema da constituição europeia;
  • A Política Agrícola Comum uma grande sorvedora dos recursos económicos da União Europeia

Eu identifico a seguinte razão como o maior entrave ao avanço da União Europeia:

  • A maioria dos eleitores de um país não terem a mesma opinião do que a dos demais.
Não sou contra a divergência de opiniões, antes pelo contrário, apenas estou a constatar o problema em si. Este facto leva a que os representantes de uma nação respeitem mais os interesses internos do que os externos, levando a que a União Europeia seja relegada para segundo plano.

Isto em si não representaria um problema se a um país correspondesse um voto, evitando que o desejo da maioria não seja repelido pela minoria. Porém isto não acontece porque a cada país não corresponde uma proporção do número de eleitores que tem.

Por exemplo, será justo que num país, em vez do tradicional sistema uma pessoa um voto, tivessemos um outro tipo sistema "democrático" onde vigorasse um Euro um voto? Se tal não é justo numa democracia, então porque razão um sistema semelhante parece acontecer na União Europeia?

Dir-se-á que este porém é o sistema menos mau, uma vez que permite a países que mais contribuem para a União continuarem a subsidiá-la, e como tal permite a continuação da União Europeia... mas então pergunto: há 50 anos atrás trouxeram à vida uma unidade europeia coesa e justa ou apenas um meio para que alguns países se pudessem sobrepor a outros?

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Sunday, March 18, 2007

Considerações sobre a Meia Maratona

Feita a meia maratona é tempo de partilhar a experiência:

O que correu bem:
  1. Ter participado quando todos me diziam para não o fazer;
  2. Nunca ter deixado de acreditar que o conseguia fazer;
  3. Ter-me alimentado como deve ser.

O que correu mal:

  1. Ter sido dos últimos a chegar;
  2. Não ter treinado para este tipo de evento;
  3. No dia anterior ter ido treinar sem me preocupar com a meia maratona:)

Algumas curiosidades:

  1. Vi um cego com um guia e uma pessoas de muletas e coxa a correrem a mini maratona (o que me reforçou a minha força de vontade)
  2. Incrível a quantidade de água que se tem de beber e o cuidado que se tem de ter para nos mantermos hidratados durante a meia maratona;
  3. Durante os quilometros 11 e 14 comecei a ver cascas de meias laranjas e bananas (para dar açucar rápido e energia aos participantes);
  4. Um senhor polícia que achou ridículo eu estar a confirmar se eu tinha percebido bem o caminho para correr a meia maratona, isto porque o meu tempo era 1 desastre por ter chegado tarde e a minha primeira meia hora foi passada a andar fiz meio quilometro em meia hora.... (o polícia não tem nada que se rir dos participantes ou das suas motivações, achei que a sua atitude foi parva, nada prestável e que em nada dignifica a sua profissão).

Gostava ainda de agradecer primeiro à Ana que me convidou e tratou de tudo (excepto na hora de ir buscar os dorsais, por culpa de um gajo incompetente), a todos os anónimos que de alguma forma contribuíram para me animar e apoiar e a quem me distribuiu água durante a corrida.

Acabo este post a dizer que fiquei satisfeito porque cumpri o meu objectivo: acabar a meia maratona... independentemente do tempo (2 horas).

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Saturday, March 17, 2007

Sobre as finanças públicas

Marques Mendes diz que proposta para descer impostos é "coerente"

Este é o título desta notícia. Nas minhas aulas de economia pública ensinaram-me que mais despesa hoje implica mais impostos amanhã (o nome técnico Equivalência Ricardiana - em homenagem ao Economista David Ricardo) e como corolário, são as despesas públicas que fazem os impostos variar.

Ora se uma descida dos impostos não for acompanhada por uma descida da despesa pública iremos parar inevitavelmente a uma situação orçamental déficitária (onde se gasta mais do que se ganha).

Se formos a reparar nas estatísticas das despesas públicas portuguesas, salvo algumas excepções, nestes 32 anos de democracia o que o Estado gasta tem vindo a crescer cada vez mais.

Mas ainda assim alguns representantes do povo português pensam, erroneamente que podem desafiar a teoria económica, porque este país à beira mar plantado é capaz de surpreender tudo e todos.

A minha posição sobre as contas públicas é simples: tornar o Estado mais eficiente onde gasta os seus recursos... o peso que o Estado tem numa economia é, na minha opinião, muito menos importante do que a sua eficiência. Por isso penso que o caminho para se melhorar as finanças públicas não é discutir se se deve gastar menos ou mais, mas sim gastar melhor.

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Meia Maratona

Este ano irei participar na meia maratona. Apesar de sempre ter desejado correr a meia maratona, nunca o fiz pelo facto de ter estado sempre a estudar ou a fazer outras coisas prioritários.

Este ano é diferente, decidi participar... o que me leva a participar é o desafio em si, fazer algo que nunca fiz, correr 21km.

A acompanhar-me estão cerca de 36 mil pessoas, um número record para este evento. Este crescente de inscrições que se tem registado ao longo dos anos está relacionado, na minha opinião, não só com a melhoria da comunicação do evento que tem sido realizada, mas também com o despertar da sociedade portuguesa para a necessodade de práticar uma actividade desportiva.

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Saturday, March 10, 2007

A Impossibilidade e as eleições francesas

O economista laureado com o prémio Nobel, Kenneth Arrow, exprimiu há muitos anos atrás algo incrível sobre o sistema de votações, algo que ficou conhecido como teorema da impossibilidade .

O que este este autor fez foi pensar em cinco condições razoáveis para qualquer situação onde um grupo tenha possibilidade de escolha:

Independência das Alternativas Irrelavantes - Se das alternativas A e B, a A é melhor que a B, então se juntarmos uma terceira alternativa, C, então B não pode ser melhor que A.

Não Ditadura - Nenhum indivíduo sozinho pode tomar a decisão do grupo.

Eficiência à Pareto - Se uma decisão é tomada por unanimidade deve prevalecer.

Domínio Ilimitado - Não são impostas restrições às escolhas dos agentes.

Transitividade - Se a alternativa A é melhor que a B, e a alternativa B é melhor do que a C, então necessariamente a alternativa A tem de ser melhor do que a C (A>B, e B>C => A>C!)

Após ter pensado nestas 5 condições indispensáveis a qualquer sistema de decisão de grupo, resolveu confrontar a teoria com a prática... resultado: nenhum sistema de decisão em grupo com mais de duas alternativas reune estas 5 condições que aparentemente são bastante razoáveis.

Por incrível que possa parecer isto acontece no Mundo e é mais actual do que se pensa... vejamos as eleições francesas:

Alternativas: Ségolène Royal (partido socialista, PS); François Bayrou (partido de centro, UDF), Nicolas Sarkozy (partido de direta, UMP).

De entre estas três alternativas uma sondagem registou que a votação teria a seguinte ordenação: 24% Bayrou, 25% Royal e 26% Sarkozy. Porém verifica-se que Bayrou passasse a uma segunda volta e defrontando Sarkozy aquele ganharia com 55%!

Sarkozy que na primeira votação é "melhor" que Royal e esta melhor que Bayrou, acaba por na segunda volta ser "pior" que a "pior" alternativa da primeira volta Bayrou.

Citando o anúncio: há coisas fantásticas, não há?

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Uma petição estranha

Neste site encontra-se uma petição que pretende acbar aquilo que ainda nem começou, a transformação da antiga casa de Salazar em Santa Comba Dão num museu.

A argumentação feita é de que este é um gesto para criar "uma organização centrada na propaganda do regime corporativo-fascista do «Estado Novo» e do ditador Salazar", algo que é insconstitucional por se exaltar figuras representativas do regime fascista.

Não posso deixar de me perguntar como é que um museu pode ser uma organização de propaganda, um museu permite a alguém conhecer um pouco mais sobre algo, ver o que aconteceu para poder reflectir melhor no futuro sobre o assunto que lhe despertou interesse.

Depois encaro os museus sobre personalidades como fonte de conhecimento de uma pessoa, que acima das suas ideologias e crenças nunca deixou de ser um ser humano, e não como meio de exaltação de uma personalidade. Se a pessoa em questão for realmente interessante ou tiver importância suficiente não vejo qual o problema de montar um museu onde seja visível ao público qual a envolvente da personalidade.

Onde está a exaltação?

A liberdade é portanto, para alguns, um sinónimo de que apenas os seus pontos de vista ou similares são podem ser aceites, porque todos os outros representam um perigo para a "democracia" e como tal devem ser censurados.

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